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Papo Sério

Precisamos falar sobre o Setembro Amarelo

Setembro é marcado pela campanha de prevenção ao suicídio. Falar sobre o assunto é a melhor forma de encontrar maneiras de combater essa situação e ajudar quem precisa. Então vamos conversar?

 

A campanha

Todos os anos no mês de setembro, é realizada a campanha Setembro Amarelo em diversos países. O objetivo é conscientizar a sociedade sobre este grave problema com o intuito de prevenir que casos de suicídio continuem aumentando.

O tema da campanha é “Falar é a melhor opção”, e convida a sociedade para conversar sobre suicídio, pensar em formas de auxiliar quem precisa, além de discutir soluções viáveis nos sistemas de saúde pública e privada para combater o problema.

Existe um mito em volta do assunto, em que muitas pessoas acreditam que falar sobre suicídio é uma forma de incentivar que ele aconteça. Pelo contrário, conversar sobre oferece suporte e alivio à dor e a angústia de quem sofre.

Falar é a melhor opção

O suicídio se tornou um problema de saúde pública no mundo inteiro, e infelizmente ele ainda é tratado como tabu. Estima-se que em média 32 brasileiros tirem sua própria vida todos os dias. E esse número só aumenta.

O Brasil tem índices pequenos, mas nos últimos anos eles vêm crescendo, enquanto no resto do mundo esses índices diminuem. De acordo com o último Mapa da Violência, o número sobe ainda mais entre os jovens de 10 e 14 anos, chegando a um aumento de 40% entre 2002 e 2012. 

Diversas situações podem levar uma pessoa a pensar que o suicídio é sua última opção. Transtornos mentais como a depressão, esquizofrenia, bipolaridade, problemas sociais como migração, desemprego, dificuldade financeira, vulnerabilidade social, entre outros. A perda de uma pessoa querida, e o abuso de álcool e drogas também são fatores que podem contribuir para a decisão.

As causas são tão amplas que qualquer pessoa ao seu redor pode estar passando por essa situação. Por isso, é importante ficar atento aos sinais e mostrar-se sempre disponível e aberto, principalmente para conversar com quem está passando por algum momento difícil.

 

Como ajudar

Perceber os sinais que as pessoas podem dar no dia a dia é fundamental para saber quando oferecer ajuda. O comportamento da pessoa pode dizer muito, ainda mais quando acompanhada de uma situação difícil que ela pode estar passando.

O uso de expressões negativas, expressando o desejo de não sair mais de casa, nunca mais querer acordar, ou sentimentos de autodepreciação, frisando que ela mesma é inútil ou não sabe fazer nada direito, já são motivos para você tentar conversar com a pessoa.

Quando iniciar uma conversa com alguém, tenha em mente que você precisa ser respeitoso, ter empatia, tentar estabelecer uma conexão e ter disponibilidade para ouvir pelo tempo que for necessário.

Faça perguntas abertas, sempre incentivando a pessoa a compartilhar e expressar o que sente com você. Pergunte como ela se sente, sobre o que se passa em sua cabeça ou onde se sentiu daquele jeito.

Não questione o porquê dos sentimentos. Desta forma, você evita que a pessoa pense que não está sendo compreendida ou que você está julgando o que ela sente, colocando-a em uma posição defensiva.

Evite falar de você, comparar sentimentos, tentar resolver os problemas ou explicar à pessoa o que ela mesma está sentindo. A chave para ajudar é ouvir ativamente, incentivando a expressão e o compartilhamento do que a pessoa está sentindo.

Ouvir ativamente é uma prática simples, que pode ser iniciada com questões abertas para a pessoa. Depois você pode sempre resumir o que ouve, mostrando que ela tem sua total atenção na conversa.

Reflita sempre sobre o que ela fala. Repita palavras ou expressões para que a pessoa se sinta encorajada a continuar falando. Esclareça pontos da conversa, pedindo para falar mais sobre algo que você julga importante.

E por fim, reaja ao que está sendo compartilhado! Mostre seus sentimentos, seja empático, carinhoso e compreensivo. Desta forma você estabelece a conexão que citamos lá o início.

 

 

Como procurar ajuda

Mostrar-se disponível as pessoas a sua volta é uma atitude incrível, mas lidar com tendências suicidas é um assunto para profissionais. Se durante uma conversa com alguém, você notar que ela pensa ou já planejou como tirar sua própria vida, procure ajuda.

Em um primeiro momento, incentive a pessoa a falar, perguntando o que a levou a cogitar a atitude, porque ela acha que precisa fazer isso, se ela já conversou com outra pessoa e se sabe como e a quem procurar ajuda.

Ofereça-se para ficar junto com ela, para auxiliar na busca de um profissional e no caso de a pessoa já ter planejado o suicídio alguma vez, jamais deixa-a sozinha. Converse com um familiar de confiança e procure ajuda profissional.

No Brasil, o Centro de Valorização da Vida – o CVV – oferece ajuda 24 horas com voluntários e profissionais da saúde para conversar e orientar pessoas com intenções suicidas. Caso veja uma publicação suspeita, notifique ao Facebook que a pessoa pode estar correndo perigo e entre em contato com ela.

Caso a pessoa ameace tirar a própria vida, leve a sério: ligue para o 190 ou vá com a pessoa até a unidade de saúde mais próxima e leve-a até a emergência. E depois de uma ameaça, sempre entre em contato com a pessoa periodicamente.

O mais importante diante dessas situações é entender que o suicídio não é uma opção: ele tem prevenção. Com conversa, apoio e acompanhamento profissional, a sociedade pode sim combater esse problema e ajudar quem mais precisa.

Não apenas neste Setembro Amarelo, mas em todo o ano, mostre-se disponível e ofereça apoio às pessoas a sua volta, aqueles amigos que você sabe que estão passando por uma situação difícil ou seus familiares.

E lembre-se sempre: falar sobre o assunto é a melhor solução!

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